domingo, 8 de junho de 2014

O Fim de Um Ciclo

Terminado o meu Estágio Curricular no Aqualab chega ao fim um ciclo da minha vida Académica – a conclusão da Licenciatura em Saúde Ambiental.

A par do que aconteceu no estágio anterior, também aqui o meu primeiro dia foi marcado pela presença de algum nervosismo; o receio de errar e de não conseguir fazer correctamente uma ponte entre o trabalho a desenvolver no estágio e a sua necessidade em Saúde Ambiental foram os receios que senti inicialmente. Relativamente aos colegas mostraram-se bastante disponíveis para ajudar no que fosse necessário, não tendo qualquer receio a esse nível.

No decurso do estágio fui acompanhada praticamente por toda a Equipa do Departamento de Águas e Alimentos, especialmente pela equipa responsável pelo departamento de microbiologia: Karine Di Capua, Teresa Costa e Andrea Sousa, que foram sempre incansáveis para que eu pudesse assimilar o máximo de conhecimentos na área em questão.

 Em relação às actividades realizadas tive oportunidade de conhecer todos os procedimentos implicados desde a colheita de amostras (águas e alimentos) até chegar à apreciação de resultados, passando pela a análise das amostras; o que normalmente acontece na rotina de um Técnico de Saúde Ambiental é apenas a realização da colheita e a avaliação dos resultados, ou seja, a componente de saber como se chegou a determinado resultado (análise) não existe. É muito importante perceber todas as etapas deste “processo”: colheita de amostras – análise das mesmas – interpretação de resultados - medidas resolução de problemas (se necessário).

No início do estágio ficou estipulado que eu seria responsável pela desinfecção semanal das bancadas (Laboratório de Microbiologia e Sala de Preparação de Alimentos). A desinfecção é feita com uma solução antimicrobiana; após a desinfecção faz-se um controlo com placas de contacto (contêm Plate Count Agar) para auferir a veracidade da desinfecção; as placas seriam então incubadas em estufa 24h a 30ºC e após esse tempo verificava-se se havia ou não crescimento microbiano. 

Após a desinfecção era altura de preparar meios de cultura e diluentes, tendo sempre presente a importância da esterilidade destes. Se os meios não se encontrarem completamente estéreis (isentos de microorganismos viáveis) quando uma amostra é analisada com determinado meio pode daí resultar uma contaminação da mesma – falso positivo. Haverá assim o comprometimento da análise e do próprio laboratório. Para além da preparação dos meios e respectiva esterilização é necessário fazer também a esterilização dos materiais utilizados no laboratório e nas colheitas (colheres, garfos, etc.).

Participei também em colheitas de amostras de águas e alimentos, tendo um dia fixo (5ª feira) para acompanhar o técnico de colheitas, o que não impedia de o fazer noutros dias em que fosse necessária a minha colaboração.

Como qualquer tarefa que a executar é necessário começar pela base. No caso das Análises Microbiológicas a Alimentos comecei por fazer a preparação (pesagem e adição do respectivo diluente) dos alimentos aquando da sua chegada ao laboratório. Após a preparação marcavam-se as placas de Petri com número da amostra, microorganismos a pesquisar e data da análise. Importa referir que num laboratório de microbiologia todas as análises são realizadas à chama do bico de bunsen e em bancada desinfectada. Através destas análises consegue-se conhecer as condições de higiene em que o alimento foi preparado e os riscos que pode transmitir à saúde do consumidor” (Franco & Landgraf, 1996). 

No âmbito das Análises Microbiológicas a Águas existem análises periódicas obrigatórias estipuladas pelo Decreto-Lei nº306/2007 de 27 de Agosto.  Um controlo regular da presença de bactérias nos sistemas de distribuição de água, jacuzzis, piscinas, piscinas de hidroterapia, e/ou nos sistemas de água potável ou de água proveniente de processos industriais, é a única forma de prevenir doenças ou infecções (Bio-Rad 2011).Tal como nas análises aos alimentos, importa aqui ter em consideração as mais rigorosas condições de assepsia. Ainda no campo das análises de águas, tive oportunidade de auxiliar na pesquisa e quantificação de Legionella., tendo esta sido uma das tarefas que desempenhei com maior satisfação. Saliento que após a realização de todas as análises era feita a contagem do crescimento de microorganismos e lançamento de resultados no sistema, para posterior envio para os clientes.

Para garantir a qualidade e fiabilidade das análises realizadas no Aqualab é importante realizar controlos a todos os meios de cultura e diluentes preparados; para os que não são preparados no laboratório a empresa que os fornece disponibiliza os respectivos certificados de qualidade.

Após esta breve reflexão das actividades desenvolvidas no estágio, quero agradecer a todas as pessoas que me acompanharam e ajudaram ao longo deste percurso:

  •     Em primeiro lugar: às minhas “orientadoras” Karine Di Capua, Teresa Costa e Andrea Sousa, por toda a ajuda disponibilizada e por todo o conhecimento que me transmitiram;
  •     Em segundo lugar: ao professor Rogério Nunes, pela disponibilidade, auxilio e orientações dadas durante todo estágio;
  •     Em terceiro lugar: aos meus pais e irmão; o apoio incondicional deles foi insubstituível;
  •      Em quinto lugar: A toda a equipa do Aqualab: Departamentos de Águas e Alimentos, Análises Clínicas, Qualidade e Restantes Funcionário, por todo o apoio e carinho transmitidos;
  •     Em sexto lugar: a todos aqueles que, de uma ou de outra forma me ajudaram em todo este percurso.