sábado, 7 de dezembro de 2013

Uma Etapa que Marcou…

Chegou ao fim mais uma etapa da minha licenciatura – o estágio III.

O primeiro dia começou com alguns nervos, como é norma. Embora a minha colega Ana Fuzeiro estivesse comigo (que foi um grande apoio!) sentia-me ansiosa, pois não sabia como iria ser recebida no Centro de Saúde Silves. Felizmente toda a minha ansiedade e receios revelaram-se absurdos depois de conhecer a Dra. Maria da Graça Fernandes. É uma pessoa com grande capacidade de trabalho, espírito crítico, uma lutadora em todos os aspectos. Foi esta pessoa que ao longo do estágio me transmitiu, tanto na teoria como na prática, inúmeros conceitos profissionais e pessoais, que me corrigiu quando foi necessário e que me congratulou nos momentos certos. Com a sua ajuda consegui evoluir.

Falando do estágio em si posso referir que realizei diversas actividades. Comecei por fazer Vigilância Sanitária a Águas de Piscinas Públicas. Antes de sair para o terreno é necessário preparar o material para a realização das colheitas de águas. Percebi que a forma mais eficaz de não haver falhas de material para as colheitas é ter sempre uma check-list com todo o material necessário, conforme podem verificar na seguinte publicação: Vigilância Sanitária – Águas de Piscinas Públicas.
A realização de Vistorias aEstabelecimentos de Restauração ou Bebidas foi uma contante durante este estágio (confesso que é uma actividade de que gosto imenso). É uma área de actuação do Técnico de Saúde Ambiental que se tem vindo a revelar de elevada importância para a Saúde Pública: “As doenças provocadas por alimentos contaminados são, provavelmente, o mais vasto e disseminado problema de saúde no mundo contemporâneo e uma importante causa de redução da produtividade económica”.
Programa de Prevenção de Doenças Transmitidas porArtrópodes, neste caso mosquitos era o conjunto das actividades, a que eu pensava que poderia ser menos interessante neste estágio. No entanto foi o trabalho que me surpreendeu de forma bastante positiva: pela maneira como foi realizado e explicado, pela equipa formada que se revelou bastante divertida e empenhada e, acima de tudo, porque consegui compreender a verdadeira essência e necessidade de realização deste programa principalmente na região Algarvia.
As Unidades Privadas de Serviços de Saúde, neste caso as Clínicas Dentárias, são estabelecimentos que requerem alguns cuidados, nomeadamente de assepsia e de protecção de raios-X (quando utilizados pela clínica). Os cuidados de assepsia são indispensáveis devido à actividade realizada, pois se estes cuidados não forem adequados podem desencadear infecções aos pacientes. No caso dos raios-X importa proteger não só o paciente como os profissionais expostos; este é um tipo de radiação utilizada em exames de diagnóstico, fundamentais para avaliação da situação do doente e detecção atempada de existência de possíveis problemas dentários.
Tive também a oportunidade de acompanhar uma fiscalização a um Espaço de Jogo e Recreio. Neste caso, o estabelecimento (Creche, Jardim de Infância e ATL) onde o Espaço de Jogo e Recreio se encontrava inserido pretendia obter a certificação do mesmo. Esta foi uma acção realizadas com vista à verificação das características do local e dos equipamentos mas com um objectivo diferente de uma vistoria para licenciamento de uma actividade.
Vigilância Microbiológica de Refeições emRefeitórios Escolares é outra das actividades que considero de especial importância, pois “a maioria das doenças transmitidas por alimentos é de origem microbiológica, geralmente originadas por manipulações inadequadas, infecções cruzadas, confecção ou conservação deficientes”. Como a população alvo deste programa é considerada vulnerável, importa ter especial cuidado com todo processo de preparação e confecção dos alimentos.
Uma das actividades que considero mais interessante foi o acompanhamento de acções de vigilância e de controlo de Águas MineraisNaturais, realizadas nas Caldas de Monchique. Este interesse deve-se principalmente ao facto de conhecer este local de forma externa; tive, no decorrer destas acções, oportunidade de o conhecer de uma nova perspectiva e que se revelou muito interessante.
O último conjunto de actividades realizadas no decorrer deste estágio foi a Colheita de Águas para Consumo Humano. É um trabalho que requer cuidados de assepsia rigorosos, caso contrário os resultados obtidos poderão ser falsos positivos. Recorde-se que esta é a água que é distribuída às populações para consumo nas habitações, nos estabelecimentos, etc.
A actividade final realizada foi a deslocação a Estabelecimentos de Restauração ou Bebidas no âmbito do Programa Regional para aPrevenção e Controlo do Tabagismo. Com o intuito de se cumprir o programa foram aplicados inquéritos nos respectivos estabelecimentos com o objectivos de se saber se está a ser cumprida a legislação vigente sobre a matéria e de aferir o grau de aceitação/satisfação dos clientes, proprietários e funcionários face às alterações introduzidas.
Após fazer uma pequena reflexão de cada actividade desenvolvida neste estágio, quero agradecer às pessoas que me acompanharam durante este importante percurso da minha licenciatura e da minha vida: 
  •  Em primeiro lugar: à minha orientadora, Maria da Graça Fernandes, pela pessoa que é e por todo conhecimento que me transmitiu;
  • Em segundo lugar: à professora Raquel Santos, pela disponibilidade, ajuda e orientações dadas ao longo de todo estágio;
  • Em terceiro lugar: aos meus pais e irmão; se não fossem eles não seria possível encontrar-me já neste patamar;
  • Em quarto lugar: à minha amiga, colega de estágio e de casa, Ana Fuzeiro;
  •  Em quinto lugar a todos os funcionários do Centro de Saúde de Silves que sempre se mostraram disponíveis e afáveis;
  • E em sexto lugar: a todos aqueles que, de uma ou de outra forma me ajudaram em todo meu percurso.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Lei do Tabaco




Legislação Aplicável

Lei nº 37/2007, de 14 de Agosto, aprova normas para a protecção dos cidadãos da exposição involuntária ao fumo do tabaco e medidas de redução da procura relacionadas com a dependência e a cessação do seu consumo.


Programa Desenvolvido
O Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS Algarve desenvolve, no âmbito da protecção da exposição ao fumo ambiental do tabaco, o Programa Regional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo (PRPCT), no horizonte temporal 2013 a 2016.

Objectivos
  •      Avaliar a aplicação da lei do “tabaco” nos estabelecimentos de Restauração ou Bebidas;
  •     Avaliar a satisfação dos proprietários relativamente à lei;
  •     Investir na sensibilização dos proprietários dos estabelecimentos para a aplicação da Lei do Tabaco. 


Âmbito Territorial
  •    Concelhos dos ACES da Região.



Calendarização
  •     A recolha de dados deverá ser realizada, de preferência, durante os períodos lectivos, devendo estar concluída no final de Dezembro de cada ano do período em Programa (2013-2016).


Amostragem
  •     Avaliação com visita aos locais de amostragem através do questionário* (ver fim do programa):
  •      Observação;
  •     Entrevista aos proprietários.
  •    Amostragem por conveniência – estabelecimentos de Restauração ou Bebidas no perímetro (área circundante de 200 metros) de pelo menos um (ou no) estabelecimento escolar E.B. 2,3 ou Secundário por concelho por ano.
  •     Dar prioridade aos estabelecimentos mais próximos de cada estabelecimento escolar.


  •     Já utilizado no âmbito de um estudo da DGS no ano de 2011.


Questionário
  •     A ser preenchido e remetido via e-mail.



Quem deverá fazer a avaliação
  •     A avaliação deverá ser realizada pelas equipas das Unidades de Saúde Pública da Região, preferencialmente por dois elementos: Médicos de Saúde Pública e/ou Técnicos de Saúde Ambiental.



Questionário Utilizado

Identificação do estabelecimento
1. Nome


                Morada

                Telefone

2. Tipo
0 – Café/pastelaria/cafetaria
1 - Restaurante
2 - Bar/Pub
3 – Discoteca/dancing
3. Dimensão da área destinada ao público
0 - Mais de 100 m2
1 - Menos de 100m2
4. N.º de trabalhadores
_____


Dados a colher por observação antes da entrevista
5. Qual a opção que melhor caracteriza os dísticos visíveis no estabelecimento relativos ao tabaco?
0 – Ausência de dístico visível
1 – Apenas dístico azul
2 – Apenas dístico vermelho
3 – Apenas dístico indeterminado ou não regulamentar - quando não for possível identificar se o dístico é azul ou vermelho” (fotocópia a preto e branco)
4 – Dístico azul e dístico vermelho
5 – Dístico azul e não regulamentar
6 – Dístico vermelho e não regulamentar

Dados a colher por entrevista
6. Qual a relação do responsável pelos dados fornecidos com o estabelecimento?       
1 – Proprietário
2 – Gerente ou similar
3 – Outro funcionário
7. Relativamente à possibilidade de fumar, neste estabelecimento é:
0 – Proibido fumar em todos os espaços fechados --------Seguir para 10
1 – Permitido fumar em toda a área fechada do estabelecimento
2 – Permitido fumar em parte da área afecta ao público, não compartimentada
3 – Permitido fumar em parte da área afecta ao público, compartimentada com porta ou outra separação física
4 – Permitido fumar em parte do estabelecimento, separada fisicamente das restantes instalações onde é proibido fumar.
5 - Depende, varia consoante o dia ou consoante diferentes períodos do mesmo dia
6 - Depende, varia consoante a temperatura do dia ou consoante as diferentes estações do mesmo ano
8 – Não sabe
9 – Não responde
8. Foi instalado no estabelecimento dispositivo de ventilação que impeça que o fumo se espalhe e extracção do ar directa para o exterior, visando dar cumprimento à lei do tabaco?
0 – Não
1 – Sim
2 – Já dispunha de sistema de ventilação e extracção de ar antes da entrada em vigor da lei
8 – Não sabe
9 – Não responde
9. O estabelecimento possui termo de responsabilidade que atesta a conformidade dos dispositivos de ventilação e de extracção de ar com os requisitos impostos pela lei?
0 – Não
1 – Sim mas não foi visível o termo
2 – Sim e foi visível o termo
8 – Não sabe
10. Em sua opinião, para este estabelecimento, a lei do tabaco tem sido:
1 – Muito má
2 – Má
3 – Indiferente
4 – Boa
5 – Muito boa
Se Dístico Vermelho:
11. Relativamente ao fumo neste estabelecimento, globalmente pensa que a decisão actual vai:
1 – Manter-se
2 – Mudar
8 – Não sabe
9 – Não responde
Se Dístico Vermelho:
12. Os seus clientes respeitam a opção deste estabelecimento?
0 – Não, de forma generalizada
1 – Sim, de forma generalizada
2 – Algum grau de incumprimento, esporádico
8 – Não sabe
13. Concorda com a Lei do Tabaco?
1 – Concordo totalmente
2 – Concordo em parte
3 – Não concordo
8 – Não sabe
9 – Não responde
14. Este estabelecimento foi alguma vez inspeccionado pela ASAE relativamente à avaliação do cumprimento da lei do tabaco?
0 – Não ----------- Seguir para 16
1 – Sim
8 – Não sabe
9 – Não responde
15. No âmbito dessa inspecção, foi multado ou foi levantado algum auto de notícia por causa da lei do tabaco? (Aplicar apenas se a resposta à questão 14 for 1)
0 – Não
1 – Sim
8 – Não sabe
9 – Não responde
16 - Tem esplanada?
0 – Não (termina o questionário, seguir para 20 - observação)
1 – Sim
17 – Já tinha esplanada antes da Nova Lei?
0 – Não (termina o questionário seguir para 20 - observação)
1 – Sim
8 – Não sabe
9 – Não responde
18 – Em consequência da Nova Lei, introduziu melhorias na esplanada?
0 – Não
1 – Sim
8 – Não sabe
9 – Não responde
19 – Se Sim. Quais?
0 – Melhorias gerais no mobiliário das esplanadas
1 – Aquecimento nas esplanadas
2 – Mantas
8 – Não sabe
9 – Não responde

Dados a colher por observação durante a entrevista, a registar apenas no final
20. Durante o período de observação, no caso de estabelecimentos onde a proibição de fumar é total, ou nas áreas destinadas a não fumadores:
                1 – Nenhuma pessoa fumou
2 – Pelo menos uma pessoa fumou, sem intervenção do proprietário ou funcionários
3 – Pelo menos uma pessoa fumou, com intervenção dos funcionários
4 – Existência de cinzeiros
5 – Existência de beatas
9 – Não aplicável, por ser permitido fumar
Se tem espaço para fumadores
21 - Se é permitido fumar em parte da área afecta ao público, a área é inferior a 30% do estabelecimento?
0 – Não
1 – Sim
22 - Se é permitido fumar em parte da área afecta ao público, compartimentada com porta ou outra separação física, a área é inferior a 40% do estabelecimento?
0 – Não
1 – Sim
23 - Se é permitido fumar em parte do estabelecimento, separada fisicamente das restantes instalações onde é proibido fumar, a área é inferior a 40% do estabelecimento?
0 – Não
1 – Sim

24 – Características da esplanada?
0 – Aberta
1 – Fechada
2 – Com a possibilidade de ser encerrada temporariamente
8 – Não sabe
9 – Não responde




Exposição de Crianças/Jovens ao Fumo Ambiental do Tabaco

O uso do tabaco é um dos principais factores de risco para uma série de doenças crónicas como cancro, doenças pulmonares e doenças cardiovasculares (OMS, 2013).  O seu efeito nocivo manifesta-se, tanto em fumadores como em não fumadores. Estima-se que cerca de um terço da população mundial com idade igual ou superior a 15 anos fume (Revista Portuguesa de Pneumologia, 2013).
Alguns países, como é o caso de Portugal, possuem legislação que restringe a publicidade ao tabaco, que regula quem pode comprar e usar produtos de tabaco e os locais onde é permitido fumar.
A exposição das crianças ao Fumo Ambiental do Tabaco (FAT) está associada a uma série de problemas para a saúde que podem ser apenas tosse, pieira e dispneia ou sintomas de risco elevado como infecção das vias aéreas inferiores (bronquiolite e pneumonia). Apesar da elevada gravidade para a saúde das crianças, os estudos mostram que existe uma elevada prevalência deste grupo etário exposto ao FAT. Estima-se que cerca de 40% das crianças, no mundo, estejam regularmente expostas ao FAT.
Diversos estudos demonstram a preocupação existente com a exposição passiva de crianças/jovens ao fumo do tabaco, como é exemplo a notícia que se segue.
   

     Figura 1: Excerto de uma notícia acerca da exposição das crianças ao fumo do tabaco.


Proteja-se! Não seja fumador passivo.



Não exponha as crianças ao fumo do tabaco! 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Água para Consumo Humano


Água destinada ao consumo humano: “Toda a água no seu estado original, ou após tratamento, destinada a ser bebida, a cozinhar, à preparação de alimentos, à higiene pessoal ou a outros fins domésticos, independentemente da sua origem e de ser fornecida a partir de uma rede de distribuição, de um camião ou navio-cisterna, em garrafas ou outros recipientes, com ou sem fins comerciais”.



Legislação Aplicável

O Decreto-Lei nº306/2007, de 27 de Agosto, estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano. Tem por objectivo proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes da eventual contaminação dessa água e assegurar a disponibilização tendencialmente universal da água salubre, limpa e desejavelmente equilibrada na sua composição. O presente diploma estabelece também os critérios de repartição da responsabilidade pela gestão de um sistema de abastecimento público de água para consumo humano, quando a mesma seja partilhada por duas ou mais entidades gestoras.


Excepções ao Âmbito de Aplicação (Decreto-Lei nº306/2007, de 27 de Agosto)

O âmbito de aplicação do diploma aqui referido encontra-se enunciado no primeiro parágrafo deste documento.

De acordo com o artigo 5º da legislação elencada, esta não se aplica:
  • Às águas minerais naturais abrangidas pelo disposto no Decreto-Lei nº156/98, de 6 de Junho;
  • Às águas de nascente abrangidas pelo Decreto-Lei n.º 156/98, de 6 de Junho, excepto os valores paramétricos estabelecidos no anexo I, do diploma em análise para os parâmetros fixados pela entidade licenciadora;
  • Às águas que são produtos medicinais, na acepção dada a medicamentos pela alínea e) do n.º 1 do art. 3.º do Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de Agosto
  • Às águas destinadas à produção de água para consumo humano, abrangidas pelo Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto.
Autoridade Competente
A autoridade competente em matéria de fiscalização e coordenação de águas destinadas ao consumo humano é a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos, I.P. (ERSAR, I.P.) - (Artigo 3º do Decreto-Lei nº306/2007, de 27 de Agosto).

Intervenção das Autoridades de Saúde

As Autoridades de Saúde intervêm no Programa de Vigilância Sanitária de Água para Consumo Humano (ACH), estando este fundamentado nas seguintes vertentes:

    • Hígio-Sanitária e Tecnológica: Acções de avaliação das condições de higiene e segurança a nível das instalações e do funcionamento, bem como a análise das medidas de gestão e manutenção da qualidade da água e dos equipamentos;
    • Epidemiológica: Permite a comparação e interpretação da informação obtida através dos programas, com recurso a dados de caracterização do estado de saúde dos consumidores. A necessidade e a definição destes estudos são da competência das Autoridades de Saúde, tendo em conta o conhecimento das realidades locais.


    • Analítica: Realização de análises complementares ao Programa de Controlo da Qualidade da Água (PCQA) e de outras acções necessárias para a avaliação da qualidade da água para consumo humano. Esta vertente envolve:

    o   A colheita de amostras para análise (microbiológica, físico-química ou outras);
    o   A verificação do cumprimento do Programa de Controlo da Água distribuída.


    Funções das Autoridades de Saúde

    De acordo com o disposto no nº2 do art.4º do Decreto-Lei nº306/2007, de 27 de Agosto, a Autoridade de Saúde (AS) deverá assegurar, de forma regular e periódica a vigilância da qualidade sanitária da água para consumo humano. Sendo as funções da AS relativas à aplicação do referido diploma (componente de saúde pública) exercidas, respectivamente, por:
    •  No caso dos sistemas municipais ou particulares: delegado regional de saúde ou o seu representante designado para o concelho;

    •  No caso dos sistemas multimunicipais ou intermunicipais: delegado de saúde regional ou o seu representante designado, assessorado pelos delegados de saúde dos concelhos envolvidos;

    • No caso multimunicipais ou intermunicipais que abranjam mais de uma administração regional de saúde: Direcção-Geral da Saúde (DGS);

    •  No caso das intervenções e derrogações a que se referem os artigos 23º e 24º do Decreto-Lei nº 306/2007, de 27 de Agosto: delegado de saúde regional da região onde se localiza o sistema de abastecimento, ou DGS, quando estiver em causa mais de uma região.


    Vigilância Sanitária para a Qualidade da Água Destinada ao Consumo Humano
Fonte: Programas de Prevenção da Qualidade da Água de Consumo Humano – ARS Algarve e ARS Alentejo.


Procedimento

1.    Colocar as luvas ou desinfectar as mãos com uma solução alcoólica;

2.    Retirar os acessórios da torneira;

3.    Abrir a torneira 1 a 2 minutos (para que saia a água estagnada das canalizações);


4.    Flamejar a torneira de modo a desobstruir o máximo de organismos, impedindo que estes alterem a qualidade da água. Caso não seja possível, substituir por outro método adequado – hipoclorito ou álcool etílico;




















Figuras 1 e 2:Flamejamento e desinfecção adequada de torneiras.

     5.     Abrir a torneira novamente;
     6. Determinar os seguintes parâmetros:
              a.    Temperatura 
              b.    Cloro Residual Livre

              c.    pH


Figura 3:Medidor de pH e de cloro residual livre.


7.Tirar a tampa do frasco, mantê-la virada para baixo (a fim de evitar contaminações) e perto da torneira;

8. Encher os frascos:
 a.  Frasco para análise microbiológica – colocar o frasco inclinado e não encher na totalidade (para no laboratório ser agitado de modo a homogeneizar a amostra);
       b.  Frasco para análise físico-química – não necessita de estar inclinado e deve ser cheio na totalidade.

Figura 4: Colheita de amostra de água

.
9. Colocar a tampa no frasco fechando-o devidamente;

10.Identificar a amostra e preencher a ficha de acompanhamento;
Figura 5: Identificação da amostra.

 11. Acondicionar os frascos em mala térmica e refrigerada (5±3ºC) e levá-la ao laboratório num período máximo de 6 horas



Interpretação de Resultados

Após a chegada dos resultados das análises realizadas às águas para consumo humano é necessário proceder à sua interpretação e informação à Autarquia e Junta de Freguesia. Os resultados devem ser afixados nas Juntas de Freguesia, Centros de Saúde e respectivas extensões.
Existem diversas ferramentas que possibilitam a análise dos resultados; o Excel é uma dessas ferramentas. É possível comparar os resultados obtidos nos diversos pontos de colheita, verificar se há evolução e comparar resultados anualmente, tudo num só documento. É assim possível fazer uma leitura mais abrangente e fácil de todos os resultados considerados necessários, com o intuito de reduzir possíveis focos de doença.

A tabela abaixo é um exemplo da que é utilizada no Centro de Saúde de Silves.




Água Potável e Saneamento


Toda e qualquer forma de vida necessita de água para sobreviver, razão porque esta é considerada um recurso de primeira necessidade. Para poder viver ou evoluir, a sociedade precisa de um abastecimento adequado de água que permita aos seus habitantes viver de modo sustentável e confortável. Esta noção de evolução não pode ser concebida sem, simultaneamente, se considerar a sua salubridade. Além do abastecimento em quantidade suficiente, é requisito essencial que a água seja saudável e pura, uma vez que também é o veículo mais comum e importante na transmissão/veiculação de doenças. Assim, a salubridade da água deve ser considerada uma das principais preocupações dos cidadãos e técnicos de saúde, tendo em vista a salvaguarda da saúde pública (Portal da Saúde Pública, 2005).

A Assembleia Geral das Nações Unidas (Julho de 2010) aprovou uma resolução que reconhece como direito do Homem o acesso a água potável e saneamento. Em Portugal, o acesso a água potável encontra-se praticamente, ao alcance de todos os cidadãos, sendo que no ano de 2012 a percentagem desta rondava os 98% (considerado excelente em termos europeus) tal como se pode verificar pela observação do gráfico abaixo.

Em termos de saneamento de águas residuais (em Portugal), 82% das habitações encontram-se dotadas de sistema público. Há grandes diferenças entre as áreas urbanas e as áreas rurais, dado que, apesar de nos municípios com cariz urbano a taxa de acesso estar nos 95% de alojamentos com o serviço de águas residuais, acima do estabelecido como objectivo nacional (90%), no caso das áreas rurais esta percentagem encontra-se ainda nos 70%.

   Fonte: ERSAR PROMOVE ACESSO EQUITATIVO À ÁGUA E AO SANEAMENTO - Nota à Imprensa de 22 de Fevereiro de 2013.



Fonte: Programa de Monitorização Conjunta para o Abastecimento de Água e Saneamento; OMS e UNICEF.

Em 1991, era a Europa detinha a percentagem mais elevada de água potável canalizada, cerca de 86%, quando comparada com outras regiões do globo, nomeadamente com as Américas (77%). Mais recentemente (ano 2011) as Américas apresentam uma taxa igual à verificada na região europeia (89%), tendo-se assim verificado uma evolução positiva em ambos os continentes, mas mais acentuada nas Américas (77% em 1991 para 89% em 2011).
Se compararmos a Europa e as América com o Sudeste Asiático ou com o Pacífico Ocidental, verifica-se uma percentagem de acesso a água potável canalizada deveras mais baixa nas duas últimas, especialmente no caso do Sudeste Asiático.


 Fonte: Programa de Monitorização Conjunta para o Abastecimento de Água e Saneamento; OMS e UNICEF.
Se considerarmos a percentagem de população com acesso a água potável entre o Sul da Europa e o Norte da Europa, verifica-se que a mesma se distribui de forma muito simétrica em ambas as regiões, tal como se pode constatar através da análise do gráfico 1. Este mostra que a percentagem em causa se encontra, nos vários países apresentados, muito próxima dos 100%, tanto em 2011 como 10 anos antes. Pode assim, considerar-se que o nível de abastecimento de água potável canalizada na Europa é excelente.
                                                                                      
Embora os valores obtidos no gráfico 2 correspondam a uma média de todos os países pertencentes ao Continente Europeu, a percentagem aí evidenciada espelha a semelhança entre os países deste Continente.
Importa também referir o saneamento básico porque se encontra relacionado com o consumo de água. Para além da necessidade directa que este representa para as populações, é um meio de protecção contra focos de doença de especial relevância. A falta de saneamento básico aliada a factores socio-económicos e culturais propiciam o desenvolvimento de doenças.

Fonte: Programa de Monitorização Conjunta para o Abastecimento de Água e Saneamento; OMS e UNICEF.

A par do que acontece com a percentagem de acesso a água potável, tanto a Europa como as Américas encontram-se com níveis de acesso a saneamento considerados exemplares. No caso da Europa a percentagem de acesso ao saneamento é até superior à de acesso à água potável, acima dos 90%.

Mais uma vez, e visto que o abastecimento de água potável e acesso a saneamento apresentam uma correlação, o Sudeste Asiático que revela uma percentagem de acesso a saneamento mais baixa, 44% em 2011, tal como acontece com a percentagem de acesso a água potável canalizada. Estes valores tão baixos devem-se principalmente,  a ser uma região em vias de desenvolvimento, ao contrário da Europa. No entanto, a América Central e a América do Sul são regiões também consideradas subdesenvolvidas.



Tal como acontece com o acesso a água potável, não se verificam discrepâncias no acesso a saneamento no países do Sul e do Norte da Europa, apresentando valores muito próximos de 100%.