terça-feira, 22 de outubro de 2013

Espaço de Jogo e Recreio


   Um Espaço de Jogo e Recreio apresenta-se como uma área destinada à actividade lúdica das crianças, delimitada física ou funcionalmente, em que a actividade motora assume especial relevância.

Fonte: Decreto-Lei nº119/2009 de 19 de Maio


Legislação Aplicável
       
Decreto-Lei nº119/2009 de 19 de Maio procede à alteração do Decreto-Lei nº379/97 de 27 de Dezembro, sendo que este estabelece as condições de segurança a observar na localização, implantação, concepção e organização funcional dos Espaços de Jogo e Recreio, respectivo equipamento e superfícies de impacto, destinados a crianças.

Portaria nº379/98 de 2 de Julho publica, em anexo, a lista de normativos europeus, projectos normativos europeus e outras especificações técnicas aplicáveis na concepção e fabrico dos equipamentos e superfícies de impacto destinados a espaços de jogo e recreio.

Superfícies Amortecedoras de Impacto (SAI)

O principal objectivo da documentação existente (Normas) é o de oferecer às crianças nos Espaços de Jogo e Recreio (EJR), equipamentos atractivos que se encontrem em conformidade com os requisitos de segurança aprovados, de modo a minimizar quaisquer riscos indesejáveis. Desta forma, saliento a Norma que se refere, especificamente às SAI: EN 1177:1997 – Superfície de impacte: especificações, requisitos e métodos de ensaio.

“Respeitando as características das brincadeiras das crianças e da forma como estas beneficiam, em termos de desenvolvimento, por brincar em espaços de jogo e recreio, as crianças precisam de aprender a lidar com o risco e isso pode conduzir à ocorrência de algumas escoriações ou equimoses e ocasionalmente até à fractura de um membro. Assim, o objectivo desta norma é, primeiramente e acima de tudo, o de prevenir acidentes com consequências incapacitantes ou fatais; secundariamente, reduzir as consequências sérias dos ocasionais e inevitáveis acidentes/azares que surgem durante o processo de expansão das competências das crianças, sejam estas sociais, intelectuais ou físicas.”

 “As lesões provocadas por quedas durante a utilização de equipamentos de recreio ocorrem por uma grande variedade de razões, mas as mais graves serão muito provavelmente as que atingem a cabeça”. De acordo com o comité responsável pela elaboração da norma EN 1177:2008 há inúmeros factores que influenciam os mecanismos de lesão, independentemente das superfícies, tais como a orientação do corpo, anormalidade da queda, densidade óssea, etc.

Considerando a Norma 1177:2008 foi dada prioridade ao desenvolvimento de um critério aplicável aos materiais utilizados nas superfícies dos Espaços de Jogo e Recreio que permita avaliar a sua capacidade de reduzir a probabilidade de ocorrência de traumatismos cranianos, tipo de lesão mais grave que poderá ocorrer. As superfícies que cumpram os requisitos do ensaio estabelecido nesta norma são consideradas em conformidade com os requisitos para amortecimento de impacto.

 De acordo com Helena de Menezes, estudos recentes comprovam que a evolução das antigas superfícies (incluindo cimento) para as SAI e outras características estabelecidas nestas normas nos Espaços de Jogo e Recreio modernos contribuiu significativamente para a redução de lesões na cabeça.

Materiais Utilizados nas Superfícies de Impacto - Exemplos

Exemplos de materiais que permitem atenuar o impacto
Exemplos de materiais que não
  permitem atenuar o impacto
    - Placas de borracha, tapetes;
    - Superfície sintética contínua (pré fabricada ou criada no local).
     -  Gravilha;
     -  Cimento.
Quadro 1: Exemplos de materiais que funcionam como atenuadores de impacto e de outros que não o são.


Cada um dos materiais constantes no quadro acima apresenta vantagens e desvantagens, no que diz respeito às suas propriedades de amortecimento de impacto e à sua permanência ao longo do tempo mas também no que respeita à sua higiene, manutenção, acessibilidade, durabilidade, custos iniciais, condições meteorológicas, entre outras. Para cada situação, importa ter em conta uma avaliação de risco e benefício aquando da escolha do material mais adequado em função das circunstâncias.