Vigilância Sanitária é considerada como o
"conjunto de acções de fiscalização e monitorização, de carácter
periódico, sob a responsabilização da Autoridade de Saúde", sendo que
segundo o Decreto-Lei n.º 82/2009 de 2 de Abril, na sua
alínea a) do número 3 do artigo 5º, compete às autoridades de saúde
"vigiar o nível sanitário dos aglomerados populacionais, dos serviços,
estabelecimentos e locais de utilização pública e determinar as medidas
correctivas necessárias à defesa da saúde pública."
Piscinas de Uso Público são todas as piscinas e
estabelecimentos de recreação aquática que podem ser utilizados pelo público,
em geral, independentemente da sua titularidade ou forma de ingresso ou do
espaço onde se encontram integradas. (Normativa23/93
CNQ)
As acções de
vigilância podem integrar 3 vertentes:
Tecnológica
A vertente
tecnológica insere-se no conjunto de actividades de avaliação das condições
técnico-operativas, higio-sanitárias e de segurança, ao nível das instalações e
do funcionamento dos equipamentos em aqui abordados. Esta vertente encontra-se
ligada à análise das medidas de gestão e manutenção da qualidade da água
utilizada nos tanques, do ar, no caso das piscinas cobertas, dos próprios e
equipamentos e das superfícies.
Analítica
Vertente que
diz respeito ao conjunto de actividades de monitorização da qualidade da água,
das superfícies e do ar (caso das piscinas cobertas), envolvendo a colheita de
amostras de água para análise microbiológica e físico-química e a verificação
do cumprimento do programa de controlo da qualidade dos tanques.
Epidemiológica
Prende-se com
o conjunto de actividades quer permitem identificar as causas e factores de
risco respeitantes a eventos adversos de saúde, tanto em frequentadores como em
trabalhadores de piscinas.
Procedimento
e material necessário para amostragem
Para realizar
uma colheita de amostras de água de forma correcta e isenta de erros é necessário
ter em consideração um leque de cuidados básicos. Inicialmente, é de superior
importância transportar até ao local da colheita todo o material imprescindível
à realização da mesma. Se o Técnico assim entender pode fazer-se acompanhar de
mais um ou dois frascos de reserva aquando da colheita, para o caso de suceder
alguma contaminação ou incidente.
O material
necessário para a amostragem microbiológica e química é o constante nas tabelas
abaixo.
Tabela1: Check-list alusiva ao material cujo técnico se
deve fazer acompanhar para realização de colheita de amostras de água.
DESIGNAÇÃO
|
REDE
|
PISC. /
DIV. AQUÁT.
|
MAR
|
LEGIONELLA
|
FOTÓMETRO / KIT
|
S
|
S
|
-----
|
S
|
TERMÓMETRO + Copo
|
S
|
S
|
-----
|
S
|
MAÇARICO
|
S
|
-----
|
-----
|
-----
|
ISQUEIRO
|
S
|
-----
|
-----
|
-----
|
ÁLCOOL
|
S
|
S
|
S
|
-----
|
ALGODÃO
|
S
|
-----
|
-----
|
-----
|
TOALHAS
|
S
(uma)
|
S
(duas)
|
S
(duas)
|
S
(uma)
|
CORDAS (esterilizadas)
|
-----
|
S
(piscinas)
|
-----
|
-----
|
PROTECTOR CALÇADO
|
-----
|
S
(piscinas)
|
-----
|
-----
|
LUVAS
(esterilizadas +palhaço em caso suspeito de contaminação)
|
-----
|
-----
|
-----
|
S
|
BATA (em caso suspeito de contaminação)
|
-----
|
-----
|
-----
|
S
|
MÁSCARA bico de
pato
|
-----
|
-----
|
-----
|
S
|
SACO FUNIL + TESOURA
|
-----
|
-----
|
-----
|
S
|
MARCADOR
|
S
|
S
|
S
|
S
|
ESFEROGRÁFICA
|
S
|
S
|
S
|
S
|
IMPRESSOS
|
S
|
S
|
S
|
S
|
TERMOACUMULADORES
|
S
|
S
|
S
|
-----
|
Fonte: Departamento de Saúde Pública, ARS Algarve (Dra. Maria da Graça Fernades)
Tabela 2: Excerto de
check-list alusiva ao material necessário para realização de colheitas de
amostras de água.
PISCINAS
(AQUECIDAS E FRIAS)
|
MICROBIOLÓGICA
QUÍMICA
|
SUPERFÍCIE
1 frasco de
500 ml estéril c/tiossulfato
e/ou
PROFUNDIDADE
1 frasco de
mergulho
PROFUNDIDADE
1 frasco de
500 ml não esterilizado
|
Fonte: Departamento de Saúde Pública, ARS Algarve (Dra. Maria da Graça Fernandes)
Tabela 3:Procedimentos de amostragem
para os parâmetros microbiológicos e físico-químicos.
Análise
|
Superfície
|
Profundidade
|
1. Desinfectar correctamente as mãos;
|
1. Desinfectar correctamente as mãos;
|
|
Bacteriológica
|
2. Remover cuidadosamente a tampa do frasco
esterilizado, junto à água;
|
2. Submergir o frasco em posição vertical, a cerca de 1
metro de profundidade (ver figura 1). Quando se encontrar na profundidade desejada deve
inclinar-se o frasco e desloca-lo para a frente até estar completamente
cheio;
|
3. Encher o frasco executando pequenos movimentos
circulares e lentos à superfície da água (manter o frasco sempre voltado para
a frente);
IMP: O
frasco não deve ficar completamente cheio
|
3. Retirar o frasco e fechá-lo bem;
|
|
4. Retirar o frasco e fechá-lo bem;
|
4. Limpar bem o frasco e proceder à sua identificação,
de modo a não esborratar;
|
|
5. Limpar bem o frasco e proceder à sua identificação,
de modo a não esborratar;
|
5. Acondicionar a amostra em mala térmica (aprox. 4°);
|
|
6. Acondicionar a amostra em mala térmica (aprox. 4°);
|
6. O prazo que medeia entre a
colheita e o início da análise não pode exceder as 6h (ideal 4h).
|
|
7. O prazo que medeia entre a colheita e o início da
análise não pode exceder as 6h (ideal-4h).
|
||
Química
|
As colheitas cujo objectivo é a
análise química devem ser realizadas conforme os procedimentos preconizados
para a colheita em profundidade para a análise microbiológica.
|