sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Vigilância Sanitária - Água de Piscinas Públicas



Vigilância Sanitária é considerada como o "conjunto de acções de fiscalização e monitorização, de carácter periódico, sob a responsabilização da Autoridade de Saúde", sendo que segundo o Decreto-Lei n.º 82/2009 de 2 de Abril, na sua alínea a) do número 3 do artigo 5º, compete às autoridades de saúde "vigiar o nível sanitário dos aglomerados populacionais, dos serviços, estabelecimentos e locais de utilização pública e determinar as medidas correctivas necessárias à defesa da saúde pública."

Piscinas de Uso Público são todas as piscinas e estabelecimentos de recreação aquática que podem ser utilizados pelo público, em geral, independentemente da sua titularidade ou forma de ingresso ou do espaço onde se encontram integradas.  (Normativa23/93 CNQ)


As acções de vigilância podem integrar 3 vertentes:


Tecnológica
 A vertente tecnológica insere-se no conjunto de actividades de avaliação das condições técnico-operativas, higio-sanitárias e de segurança, ao nível das instalações e do funcionamento dos equipamentos em aqui abordados. Esta vertente encontra-se ligada à análise das medidas de gestão e manutenção da qualidade da água utilizada nos tanques, do ar, no caso das piscinas cobertas, dos próprios e equipamentos e das superfícies.

Analítica
 Vertente que diz respeito ao conjunto de actividades de monitorização da qualidade da água, das superfícies e do ar (caso das piscinas cobertas), envolvendo a colheita de amostras de água para análise microbiológica e físico-química e a verificação do cumprimento do programa de controlo da qualidade dos tanques.

Epidemiológica
 Prende-se com o conjunto de actividades quer permitem identificar as causas e factores de risco respeitantes a eventos adversos de saúde, tanto em frequentadores como em trabalhadores de piscinas.






Procedimento e material necessário para amostragem

Para realizar uma colheita de amostras de água de forma correcta e isenta de erros é necessário ter em consideração um leque de cuidados básicos. Inicialmente, é de superior importância transportar até ao local da colheita todo o material imprescindível à realização da mesma. Se o Técnico assim entender pode fazer-se acompanhar de mais um ou dois frascos de reserva aquando da colheita, para o caso de suceder alguma contaminação ou incidente.

O material necessário para a amostragem microbiológica e química é o constante nas tabelas abaixo.



Tabela1: Check-list alusiva ao material cujo técnico se deve fazer acompanhar para realização de colheita de amostras de água.

DESIGNAÇÃO
REDE
PISC. / DIV. AQUÁT.
MAR
LEGIONELLA
FOTÓMETRO / KIT
S
S
-----
     S
TERMÓMETRO + Copo
   S
          S
-----
     S
MAÇARICO
S
-----
-----
-----
ISQUEIRO
S
-----
-----
-----
ÁLCOOL
S
S
S
-----
ALGODÃO
S
-----
-----
-----
TOALHAS
S
(uma)
         S
(duas)
S
(duas)
      S
(uma)
CORDAS (esterilizadas)
-----
         S
(piscinas)
-----
-----
PROTECTOR CALÇADO
-----
S
(piscinas)
-----
-----
LUVAS (esterilizadas +palhaço em caso suspeito de contaminação)
-----
-----
-----
S
BATA (em caso suspeito de contaminação)
-----
-----
-----
      S
MÁSCARA bico de pato
-----
-----
-----
S
SACO FUNIL + TESOURA
-----
-----
-----
S
MARCADOR
S
S
S
S
ESFEROGRÁFICA
S
S
S
S
IMPRESSOS
S
S
S
S
TERMOACUMULADORES
S
S
S
-----

Fonte: Departamento de Saúde Pública, ARS Algarve (Dra. Maria da Graça Fernades)


Tabela 2: Excerto de check-list alusiva ao material necessário para realização de colheitas de amostras de água.

PISCINAS
(AQUECIDAS E FRIAS)
MICROBIOLÓGICA
QUÍMICA
SUPERFÍCIE
1 frasco de 500 ml estéril c/tiossulfato
e/ou
PROFUNDIDADE
1 frasco de mergulho
PROFUNDIDADE
1 frasco de 500 ml não esterilizado

Fonte: Departamento de Saúde Pública, ARS Algarve (Dra. Maria da Graça Fernandes)


Tabela 3:Procedimentos de amostragem para os parâmetros microbiológicos e físico-químicos.

Análise
Superfície
Profundidade
1. Desinfectar correctamente as mãos;
1. Desinfectar correctamente as mãos;
Bacteriológica
2. Remover cuidadosamente a tampa do frasco esterilizado, junto à água;
2. Submergir o frasco em posição vertical, a cerca de 1 metro de profundidade (ver figura 1). Quando se encontrar na profundidade desejada deve inclinar-se o frasco e desloca-lo para a frente até estar completamente cheio;
3. Encher o frasco executando pequenos movimentos circulares e lentos à superfície da água (manter o frasco sempre voltado para a frente);
IMP: O frasco não deve ficar completamente cheio
3. Retirar o frasco e fechá-lo bem;
4. Retirar o frasco e fechá-lo bem;
4. Limpar bem o frasco e proceder à sua identificação, de modo a não esborratar;
5. Limpar bem o frasco e proceder à sua identificação, de modo a não esborratar;
5. Acondicionar a amostra em mala térmica (aprox. 4°);
6. Acondicionar a amostra em mala térmica (aprox. 4°);
6. O prazo que medeia entre a colheita e o início da análise não pode exceder as 6h (ideal 4h).
7. O prazo que medeia entre a colheita e o início da análise não pode exceder as 6h (ideal-4h).
Química
As colheitas cujo objectivo é a análise química devem ser realizadas conforme os procedimentos preconizados para a colheita em profundidade para a análise microbiológica.

      Fonte: Adaptado - Circular Normativa  nº14/DA de 21/08/2009

 
Figura 1: Frasco de mergulho